segunda-feira, 11 de abril de 2011

Pra que serve a palavra "Deus"

A palavra "Deus" tem uma função na nossa sociedade, preencher aquele medo e aquele vazio que você tem dentro de si. O ser-humano tem um medo muito grande de morrer e não existir nada além disso, além daqui, acabar, confesso que também tenho esse medo, mas eu vivo com isso; tento encarar a realidade; e com esse medo, cria algumas fantasias quase infantis para suprir esse medo absurdo, saciar nosso desejo de eternidade. Cobras falantes, mulheres-costelas, ídolos zumbis, água em vinho. Por que o problema é esse, o ser-humano não aceita não ser apenas mais um ser vivo nessa bolinha azul rodando envolta dessa bola de hidrogênio gigante, num sistema solar comum qualquer, numa extremidade qualquer de uma galaxia qualquer... Não se dá por satisfeito por apenas existir e pensar, tem sempre que arrumar um explicação sem nexo para coisas que não sabe o que realmente são.



Y.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Era sexta de manhã, o despertador toca, com aquele barulho ensurdecedor, alto e irritante como a voz de sua mãe. Ela escovara os dentes com movimentos circulares e milimetricamente precisos, colocara seus indefectíveis tênis vermelhos de veludo, sua calça jeans rasgada e desbotada, e sua surrada camisa do Iced Earth, 67 passadas da escova nos seus longos e pretos cabelos, pretos como uma pérola negra, e tão brilhosos quanto uma! Fazia um laço "rabo de cavalo", corre para a cozinha, mal olha na cara de sua mãe  -com que não se dava nada bem, ela vai para o parque encontrar os seus amigos, eles marcaram de fazer um piquenique, mas o que a garota de 17 anos não esperava, era que o seu recente ex-namorado, um garoto alto, de cabelos longos, loiros e de olhos castanhos, o seu nome era Caíque, o melhor aluno da classe, não tinha uma nota abaixo de 9, um gosto musical exímio e um coração um tanto quanto duro. Ela ainda o amava e não esperava que ele aparecesse, ela tentou ignorar a existência dele contra todos os seus instintos, tentara nem olhar para ele, tentara abstrair. Até que o garoto, timidamente senta-se ao lado da linda garota, e fala:
- Lídia, eu sei que o jeito que a gente terminou não foi o mais legal, mas foi o melhor para nós. Não fique acanhada comigo aqui. Aja naturalmente, converse com o pessoal e interaja com todo mundo, afinal, você sabe que eu não mordo, a não ser que você peça.
A garota ficara vermelha como seus tênis, a vergonha tomou conta e a única coisa que a garota conseguiu falar foi um sussurrado e rápido "Ok"
O dia fora melhor que as expectativas, ficara tarde já a são 6 horas da tarde e Lídia vai embora com Caíque no carro do garoto e no meio do caminho, os dois revolvem parar para tomar um sorvete, eles conversam como nos tempos em que namoravam, apenas 1 semana de término e a vontade dos dois de voltar era tão imensa e grande que o assunto fica inevitável, Caíque resolve ir para esse assunto logo, antes as idéias faltem em sua cabeça:
-Lídia, ultimamente eu não tenho parado de pensar na besteira que eu fiz, que foi terminar com você, foi uma coisa que eu nunca devia ter feito e tudo isso por uma mensagem idiota no seu celular, desculpa pela minha insegurança e meu ciúmes bestas.
A felicidade toma a menina, parecem que as palavras encaixam perfeitamente em seus ouvidos e a única coisa que ela conseguira fazer foi abraçá-lo e era a única coisa que importara naquele momento.
Passou-se uma hora, já eram 19 horas da noite e os dois resolveram ir embora, a garota sentindo algo que ia muito além de "felicidade", ela estava nas nuvens, a cabeça dela estava em outro mundo, estava há dez minutos quando ela beijara o garoto que ela amava tanto... Ele estava a uma quadra da casa da garota, atravessou o cruzamento com aquela felicidade que o acompanhara desde a sorveteria, desatento, ele não vê o carro que estava parado com o motor fundido, um utilitário quatro portas preto, ele percebe que está em frente do utilitário no ultimo instante, mas não dava pra parar, então ele desvia com violência para esquerda, brutal o suficiente para fazer o carro capotar, o carro vira no acostamento.
Ele nunca esquecera o som daquela noite, pneus cantando, os vidros do carro estourando como porcelana, o grito de dor que ela soltara, por último.
Quando ele acordava havia muita gente envolta, alguma coisa quente havia entrado pelos olhos do garoto, mas de alguma forma ele conseguiu encontrar a garota aquela hora, metade dela havia sido esmagada, ele levantara a sua cabeça, ela olhou e disse, -Me abrace, querido, só por um pouco. Ele a abraçou forte e beijou-a - O ultimo beijo do casal, os dois haviam encontrado o amor que perderam aquela noite. Ela se foi, mesmo ele tendo-a abraçado com força, ele perdera seu amor, sua vida, aquele dia.
O garoto, destruído, pensava:
"Eu queria dizer o quanto eu preciso de você e como eu quero você... e nada mais importa. E é tarde demais agora que você já partiu?"
Uma poça de sangue e uma mistura de cabelos pretos e brilhosos e carne retorcida, uma expressão de perda no olhar do garoto e muitas esperanças e sonhos despedaçados, fora o que sobrara daquela noite.

Ps: A inspiração para os texto foi a música "Last Kiss" na versão do Pearl Jam.


.Y

Tragédia do Rio... hã?

E começa a temporada de comunidades sobre o acontecido no Rio, a morte das crianças, realmente, foi algo muito trágico. Mas acho correntes de MSN e comunidades no Orkut algo bem desnecessário, não as fará voltar a vida, os caras que criam a comu, pelo menos a maioria deles, não ligam pras crianças mortas, e sim pra encher a comunidade. Fica a dica.
Morre uma pessoa a dois segundos, morrem 12 pessoas e é uma puta tragédia; e os outros que morreram? Eram apenas estatísticas? A Isabela Nardoni perdeu seu "posto".


Ps: não estou aqui querendo falar que não foi uma tragédia, mas sim, falando de quantas tragédias acontecem e ninguém dá a mínima.

Y.