sábado, 25 de agosto de 2012

6h da manhã de um domingo.

São 6h da manhã de um domingo. Acordei, de novo, de repente. Eufórico, tonto, ansioso. Olho para o lado, o lençol desarrumado, a cama vazia, a cabeça desarrumada, o quarto uma bagunça, minha vida, uma bagunça também. Penso no dia, penso na semana, penso em quão improdutiva foi essa semana, quanto tempo perdi. Sem saco, sem ânimo, sem gosto. Tento projetar planos para sair dessa rotina cinza-escura e sair do buraco, mas meu cérebro não anda operando com eficácia e as respostas não vem, os planos não se projetam, um nada como resposta na minha cabeça, um raio de luz meio laranja bate no meu rosto. Fecho a cortina, volto a dormir.


Y.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Mestre da dor.


Você me moldou, enquanto eu estava sendo quebrado em pedaços, e me tornando pateticamente comum, você me ensinou a suportar a dor, com whiskey ou cigarros, o que quer que fosse pra passar. Me ensinou a desabar em lágrimas apenas quando estou sozinho, para as outras pessoas não saberem da minha fraqueza. Você me ensinou a mostrar força, a me opor, ouvir, brigar pelo que eu queria, ter respeito e amor próprio. Você me ensinou tudo que eu sei, quando as lágrimas vem, a esperança morre, eu caio de novo, e morro também, e tudo que você ensinou ainda conta, e me dá certa segurança. Mas você esqueceu de me ensinar a amar, porque você não sabe amar, e as tantas vezes que tentei não ser igual a você, me moldei para este momento, o momento que as lágrimas caiem, e seu rosto vem ao espelho no lugar do meu. Isso importa, algo importa? Eu não suporto mais, queria dar um fim nisso, mas você me mostrou como aguentar essa dor triturando do fundo da alma até os ossos, e graças a você eu sou um pedaço de lixo, mas sem você eu já teria desistido de mim.

                                                                                                                     L. L.