sábado, 25 de fevereiro de 2012

O dia-a-dia da dor.

Então você se deita, naquela mesma velha cama, curvado, apertando as tripas, impedindo que elas saiam, se torturando, uma autopunição pra sentir dor, pra tentar amenizar o que quer que seja que está te derrotando, todos os dias, pouco a pouco. A dor é só uma distração, mais uma, porque é tudo o que você sempre teve, tudo o que você sempre foi, uma mera, suja, fria distração.
Você escuta o barulho dos carros, o cantar dos pássaros, mais uma noite se passou, e você não dormiu, ficou deitado naquela velha cama. Seus olhos estão fixos enquanto você sua, engole seco aquele sentimento que faz você se sentir incrivelmente estúpido, a manhã chegou, você ainda esta vivo, então você levanta, lava o rosto, com uma expressão um tanto apavorada, você põe seus tênis surrados, pega sua mochila, e caminha pelas ruas imundas, com um cheiro horrível. Sua cara de quem não dormiu mostra tudo, mas não tem o que fazer, você só pode olhar pra frente e continuar caminhando. 


                                                                                                                                  L. L.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

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Eu me pergunto se realmente é melhor seguir sozinho, me pergunto se é melhor simplesmente sumir, pegar um carro e sair por aí, sem destino, deixar tudo para trás. Me pego pergutando à mim mesmo se tenho algo que me prende aqui, se tudo só não é um monte de merda e palavras e pensamentos sem nenhum nexo. Se tem algo que eu quero desse lugar, se ele realmente tem algo a me oferecer em troca de todo esse sofrimento, que parece ser todo em vão. Se isso é o que quero. As respostas são tão confusas como eu.
Essa concatenação de palavras de sentido algum que eu ando chamando de mente. Essa vontade de sumir e de me esconder, quando o álcool só se torna uma coisa piliativa e sem sentido, quando os cigarros não cessam mais a ansiedade, quando sei que nenhuma droga acalmará a minha mente, quando a minha mente entra em colapso total. Quando nada mais cura e tudo perde a graça. Quando tudo se desbota, perde toda a cor.


Y.