Tem gente que eu olho, eu olho e sinto nojo, desprezo, repúdio. Escórias, com preconceitos e picuinhas, tradições e respeitos. Muito Respeito com os iguais, mas nenhum com os diferentes, eles são os intocáveis da sociedade, tudo que é diferente é errado, tudo que é menos, é lixo. Em um cubículo blindado de visão moral, uma cegueira de visão social, uma tarja nos olhos cobrindo a vergonha que está envolto deles. Desigualdades infinitas, olhares tortos, abandono, miséria, ódio, sofrimento, desprezo, desilusão, ação do tempo, tempo que age para os desafortunados, e os bilionários com as suas plásticas sempre se rejuvenescendo, o tempo não passa para eles, a lágrima que cai dos olhos de um criança comendo no lixo, a eternidade que cada mordida toma, o gosto de podridão, o chorume correndo pelos seus pés, eu quero saber essa formula mágica, a capacidade, que essa gente tem de fechar os olhos pra tudo isso e dormir de boa.
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