É fácil escrever estes textos revoltados, deprimentes, escritos sob lágrimas e um pedaço velho de papel, numa noite tão escura quanto seu próprio coração, sei lá, de certo modo, é fácil, é só você pegar sua maldita alma, ou o que sobrou dela e pôr num pedaço de papel, para mim isto sempre foi fácil, mas sempre tive dificuldade em dizer algo simples como: "eu te amo, fique por perto, preciso de você". Era sempre mais fácil me afastar, correr para muito longe de tudo, e fingir que não dava a mínima, por mais que aquilo fosse como cianeto pra alma, era melhor que admitir que eu não era auto-suficiente, que eu não sou auto-suficiente, era mais fácil negar todos os sentimentos positivos, enterrá-los a sete palmas do chão.
Sinto como se cada gota deste copo de whiskey fosse uma gota cianeto, queimando minha garganta, queimando minha alma, fazendo meus olhos sangrarem, tudo por me negar a dizer algo que seja bom, fui me destruindo de dentro pra fora a cada dia que passa, e depois de um tempo comecei a me destruir de fora pra dentro também, bebendo, bebendo e bebendo... Quando houver um encontro destas destruições, BANG, tudo acabará, como se nada tivesse acontecido, como se nada tivesse existido, apenas mais um homem morto no chão eles irão dizer, os religiosos irão rezar pela minha alma e pensar que eu vou para um lugar melhor, eu duvido, se existe um lugar melhor e um pior, eu vou para o pior, mas não acredito em nenhum dos dois, nem em deus e nem no diabo, para mim não passam de patéticas criaturas inventadas pelo homem, que depois disso inverteu a relação.
Para mim, tudo acabará naquele momento, mas o mundo continuará girando, nada mudará, porque ninguém muda, nada muda, apenas... tudo morre.
L. L.
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