quarta-feira, 25 de maio de 2011

Argh!

A lâmpada fluorecente daquela sala esquentava minha pele e cegava meus olhos, lampadas vagabundas e baratas, feitas pra irritar. Não me deixavam dormir! O barulho das canetas e dos lápis, do escrever, aquilo me deixa louco, mas que merda! O riscar do professor na lousa, meus deus, como aquele barulho me tirava do sério, as besteiras que ele falava, ah, que raiva, que nojo! As conversas paralelas, aquela balbúrdia, tão pobre e escrota quanto qualquer merda, limitadas e cuidadosas, tudo para não estragar a carapuça social que elas tem, que tão bem lhes serviam, mas com isso eu nunca me importei, nunca me importei com o que aqueles broncos pensavam de mim, quando não eram de cabelos e esmaltes, eram de filmes, quando não eram de filmes, eram do seriado da moda ou da música da moda, quando os assuntos não eram sobre nada disso, eram de football ou qualquer outra babaquice escrota, aquilo me irritava, me deixava realmente puto. As garotas, pareciam interessantes, mas eu chegava perto e ouvia o que elas tinham na cabeça, sendo defecado pelas suas bocas. Argh! Que vontade de cometer suicídio que me dava. Odiava estudar, coisas inúteis sendo acopladas ao me cérebro contra a minha vontade, ocupando o pouco espaço que me restava, coisas que nunca iria usar, mas era estudar ou viver na merda, catando lixo na rua e aguentar meu pai falando asneiras de mim, em casa, como de costume, preferia ficar dormindo, ficar bebendo, fumando, jogando, ouvindo música, fazer qualquer merda, menos ir pra escola, ir pra escola era horrível, era um inferno! Realmente, não suportava, ir na escola aumentava meu nojo que eu guardara com tanto carinho pela sociedade a cada dia... Argh, aquelas pessoas, aqueles gostos, aquelas conversas. Aquilo tudo!
E eu teria que conviver com esse tipo de merda minha vida toda? Puta merda! Você certamente, se tivesse bom senso, ficaria com vontade de cavar um buraco em algum lugar isolado e ficar lá, até que viver valesse a pena. Mas nunca valia, se fosse eu, eu ficaria lá para sempre, certamente nunca teria a capacidade de ser feliz, ter filhos, me casar. Será que eu era louco? Só eu que não Suportava as pessoas? Mas que diabos!



Y.

Mais um de Bukowski.

Caí em meu patético período de desligamento. Muitas vezes, diante de seres humanos bons e maus igualmente, meus sentidos simplesmente se desligam, se cansam, eu desisto. Sou educado. Balanço a cabeça. Finjo entender, porque não quero magoar ninguém. Este é o único ponto fraco que tem me levado à maioria das encrencas. Tentando ser bom com os outros, muitas vezes tenho a alma reduzida a uma espécie de pasta espiritual. Deixa pra lá. Meu cérebro se tranca. Eu escuto. Eu respondo. E eles são broncos demais para perceber que não estou mais ali.


Charles Bukowski. Vulgo deus.


Y.

terça-feira, 17 de maio de 2011

não

Pro inferno essa coisa chamada amor, eu prefiro engolir baldes de merda do que suportar a dor de amar alguém de novo... e me ferrar. Eu sempre me ferro quanto a isso.
Mesmo com o meu 1,83m de altura sou tão vulnerável quanto uma menininha quanto se trata de amor, meu peito fica aberto e o meu coração também, e sempre tem alguém que taca uma granada que destrói completamente a muralha sentimental, essa armadura aparentemente fria que eu demorei anos, meses, para construir.
Uma vez eu dei um pedaço meu para uma pessoa, e ela... ela nem pediu. Mas também nem devolveu. Ela bagunçou tudo aqui e até hoje eu não consegui arrumar direito. O amor entrou em mim e devorou tudo. E cada mordida doeu, cada lágrima destroçou... e  isso me faz não querer e esperar nunca mais sentir aquela merda de novo. (:


Y.

Aquilo lá.

Naquele dia, ela disse "eu te amo" sem emitir um som, com o som da chuva, o garoto só conseguia "ouvir" aquele tipo de palavras, as fortes marcas de unha em suas costas e as delicadas mordidas nos seus lábios eram algo bom aos ouvidos; e ele era dominado por uma felicidade lisérgica e estranha, uma coisa boa, mas não deixava de ser uma coisa incomum, ele já havia sentido aquela coisa de alguma forma antes. Era intenso e imprevisível como um tornado, dizem que o amor é cego, mas ele fazia o garoto ver, e com muita clareza, e não importava quantas pessoas haviam naquele parque, tudo que ele vera era ela.



Y.

domingo, 8 de maio de 2011

Y suicide?

O garoto acordou aquele dia, caótico e miserável como todos os outros, era cedo, eram 6 horas da manhã mais ou menos, cansado, cansado física e mentalmente, emocionalmente... nem se fala, ele era somente o cão mais faminto da rua mais miseravél, era assim que se sentia. Longe de ser um cara feliz, não servia pra nada mesmo, nem aqueles cabelos longos, nem a sua altura, nem nada, nada servia. Ele passava aquele dia como todos os outros dias, foi pra escola, estudou contra sua vontade e contra tudo que ele gostava. Chegou em casa, não tirou a roupa, ficou com a sua camisa do Pantera e sua calça jeans surrada, seus tênis gastos com o andar na selva de pedra.
Mas hoje o dia iria ser diferente dos outros, ele faria uma coisa que a muito tempo ansiava
em fazer,  ele subiu no quarto de seus avós, terceira gaveta da penteadeira de seu avô, havia um revolver, calibre 38, muito sujo e gasto, ele o limpou, deixou-o impecável. Ele tinha comprado algumas balas, as melhores e mais caras, carregou-a e fez o que devia ter feito a muito tempo, apontou para a sua cabeça. Ele puxou o gatilho.



Y.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

A única luz pra mim é o meu isqueiro.

A grande verdade é que eu abuso da sorte, jogo cartas com a droga do destino, não sei o que farei, o que estou fazendo e o que fiz. Inconsequente como uma criança, débil como tal. Difícil é ver verdades, chances e coisas passando por mim muito rápido e eu não consigo pega-las, e quando as pego, pego sempre a pior, a mais suja, a mais maldita. Não vejo mais aquela luz no fim do túnel, acho que nunca vi, sempre breu, sempre nada, de vez em quando um um pouco de luz, mas só os débeis se iludem com a luz do Sol durante o dia, mas a noite mostra que as estrelas são apenas pequenos pontos na escuridão eterna.





Y.