Era um dia qualquer, insignificante como qualquer outro, a questão é que cada dia que passava, tudo piorava. O ar está ficando pesado, pensou ele, um tanto quanto morto por dentro, tinha em sua mão uma garrafa de whiskey, bebia puro, não se importava, estava tão acabado, tão destruído por dentro, que mais whiskey ou menos whiskey não fariam diferença... Odiava o cheiro dos cigarros, mas desta vez não reclamou quando seus amigos acenderam um, todos se olharam, todos o estranharam, seus olhos diziam tudo, ele não se importava mais, viver, morrer, tanto faz, era o que ele pensava, era o que ele sentia, e sabia que nunca mais seria o mesmo. Chegou em casa, admirou seu facão que estava guardado dentro de uma pequena caixa preta no fundo da gaveta, o botou na cintura, e saiu novamente, chegando em uma praça abandonada que ele amara ir quando era criança, ele tirou o facão da cintura, e abriu seu peito, a dor era indiferente, os sentimentos eram indiferentes, o desejo de morte, esse não era diferente, era o mesmo que ele suportou por anos, só que agora teve a coragem, tirou seu coração do peito já aberto, e o enterrou lá, no chão da pequena praça, e depois caiu, depois de tanto tempo, finalmente sua mente parecia em paz, e seus olhos não perderam o brilho, porque isso ele já tinha perdido muito tempo atrás.
L. L.
Nenhum comentário:
Postar um comentário