Eu sempre me perguntei como que eu escrevia estes textos, alguns diziam que eu tinha um dom, outros diziam que eu tinha que ir a uma psicóloga, eu fui a tal da psicóloga, ela me deu conselhos como aceitar meus sentimentos, fazer algo por eles, mas tenho a impressão de que ela estava errada, e eu errado por ter escutado, talvez os outros pacientes dela aceitaram seus sentimentos e lutaram por eles, e se sentiram melhor, viveram melhor, mas desta vez ela pegou um caso sem solução, alguém tão bagunçado, tão martirizado, tão triste, não tinha mais concerto, minha alma está em pedaços, e continua se quebrando cada dia que passa, escrevo essas tristes linhas as 5 e pouco da manhã, porque não tenho aonde ir, não tenho quem abraçar, um ombro onde escorar minha cabeça e chorar, não tenho nada disso, eu estou tão fodido, que eu sei, ela não desistiu de mim, esta trabalhando no meu caso, mas eu desisti de mim, cansei de me tirar do fundo do poço, cansei de voltar a respirar, para chegar alguém e me esfaquear pelas costas, como disse Charles Bukowski: “Eu nunca seria capaz de ser feliz, de me casar, de ter filhos, mas que droga, eu não conseguiria ser nem um maldito lavador de pratos”. Ele estava certo, em relação a ele, e agora apesar de morto ele continua certo, só que desta vez, em relação a mim. Eu nunca vou ser capaz de ter filhos, de me casar, de viver em paz com a sociedade, só vou poder sempre beber e escrever estas tristes linhas.
L. L.
Nenhum comentário:
Postar um comentário